terça-feira, 9 de setembro de 2008

Astrônomos criam estrela artificial com raio laser

Redação do Site Inovação Tecnológica

Observatório

O Telescópio Hale, instalado no Monte Palomar, tem captado a luz das profundezas do Universo nos últimos 55 anos. Mas agora ele finalmente enviou alguma coisa de volta: uma equipe de astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, da Universidade de Chicago e do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA criaram uma estrela artificial, ao propagar pelo espaço um feixe de raio laser de 4 watts.

Muitas crianças já fizeram isso antes, utilizando feixes de laser menos potentes, comprados em lojas de brinquedos. Mas o laser apontado para o céu pelos cientistas é apenas o primeiro passo de um programa que visa expandir a fração do céu disponível para observação por meio de uma técnica conhecida como óptica adaptativa.

A óptica adaptativa permite que os astrônomos corrijam as imagens aleatórias produzidas pela atmosfera terrestre, dando-lhes uma visão que freqüentemente ultrapassa em qualidade aquela produzida por pequenos telescópios espaciais, que não estão sujeitas à ação da atmosfera.

Os cientistas já utilizam a técnica há bastante tempo, utilizando estrelas naturais como guia. Mas isso só é possível se existir uma estrela brilhante bastante próxima ao objeto que estiver sendo observado. O sistema de óptica adaptativa utiliza a estrela como uma fonte por meio da qual os astrônomos monitoram e corrigem as distorções produzidas pela atmosfera.

Agora o raio laser irá funcionar como uma estrela corretiva artificial, podendo ser colocada em qualquer lugar do céu que os astrônomos quiserem observar, não precisando se limitar a locais onde o próprio Universo providenciou estrelas naturais.

A uma altitude de cerca de 100 quilômetros, o feixe de raios laser cria pequenas luzes brilhantes a partir do sódio em gás. O brilho refletido por essa nuvem de gás serve como uma estrela artificial para o funcionamento do sistema de óptica adptativa, que é capaz de efetuar até 2.000 correções por segundo.

O raio laser é muito fraco e só poderá ser visto por quem estiver muito próximo ao telescópio. A nuvem de sódio torna sua luz ainda mais tênue, exigindo a utilização do equipamento de óptica adaptativa para tirar proveito de sua luminosidade. Deste forma ele não atrapalhará nenhum outro tipo de observação do céu.

Notícia de 11/2004

Fonte:

California Institute of  Technology, link: http://www.caltech.edu/

University of Chicago, link: http://www.uchicago.edu/

NASA Jet Propulsion Laboratory, link: http://www.jpl.nasa.gov/

Inovação Tecnológica, link: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010130041111