terça-feira, 10 de março de 2009

Existirá de fato um Planeta X?

09/03/2009

Existirá de fato um Planeta X?

[Imagem: T Pyle (SSC) / JPL-Caltech / NASA]

Quando Plutão deixou de ser um planeta, parecia que o Sistema Solar estava com seu desenho definitivamente traçado, com o Sol e seus oito planetas no papel principal.

Mas isto não foi o suficiente para sossegar o astrônomo Robert Jedicke, da Universidade de Havaí. Ele acredita que a órbita de alguns corpos celestes menores indica a presença de um novo nono planeta, orbitando o Sol a uma distância muito grande para que pudesse ter sido observado com os instrumentos até hoje disponíveis. Ele o chama de Planeta X.

Cinturão de Kuiper

Além de seus oito planetas, o Sol é circundado também por alguns corpos grandes, agora chamados plutóides, e uma infinidade de corpos celestes menores, principalmente em uma região denominada Cinturão de Kuiper, que se estende entre 30 e 50 Unidades Astronômicas (UA) - 1 UA equivale à distância entre a Terra e o Sol.

De certa forma, o Cinturão de Kuiper e sua infinidade de pequenos corpos rochosos congelados foi o responsável pelo rebaixamento de Plutão. Para se configurar como um planeta, além de orbitar o Sol e ter um formato esférico, o corpo celeste precisa ser dominante em sua órbita. E, pela sua proximidade com o Cinturão, Plutão e sua lua Charon têm uma vizinhança bem povoada.

Ou seja, qualquer candidato a novo planeta precisa estar bem longe dessa região.

Sinais do Planeta X

Ocorre que alguns objetos no Cinturão de Kuiper têm órbitas extremamente alongadas, enquanto outros têm órbitas bem menos elípticas e em ângulos muito semelhantes às órbitas dos planetas.

"Isto pode ser um sinal de perturbações de um objeto maciço muito distante," afirmou Jedicke em uma entrevista à revista New Scientist.

Nem todos os astrônomos concordam com ele. Uma lenta migração dos planetas para órbitas mais afastadas do Sol também pode explicar essas órbitas estranhas dos objetos do Cinturão de Kuiper.

Maior câmera digital do mundo

Mas agora pode ter chegado a hora de tirar a história a limpo. Jedicke e sua equipe está preparando programas de computador para varrer automaticamente uma área do céu que até hoje não foi observada porque não havia instrumentos com alcance suficiente para detectar a luz extremamente fraca de um eventual Planeta X.

O pesquisador afirma que o Planeta X, se existir, poderá estar a uma distância de até 100 UA. A essa distância, seu brilho deve ser tão fraco que nenhum equipamento disponível até hoje conseguiria captar.

A solução pode estar no Pan-STARRS (Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System), um projeto destinado a monitorar os céus em busca de asteróides em rota de colisão com a Terra.

Embora os asteróides que possam vir a nos ameaçar estejam muito próximos, o Pan-STARRS possui a maior câmera digital do mundo, com 1,4 bilhão de pixels, o que o torna capaz de detectar algo como um planeta do tamanho de Marte orbitando o Sol a uma distância de 100 UA.

Quando o sistema entrar em operação, em 2010, Jedicke planeja rastrear todas as imagens geradas por ele, de forma automática, em busca de algum sinal do Planeta X.

Formação do Sistema Solar

Se o Planeta X realmente existir, os cientistas também terão que rever suas teorias de formação do Sistema Solar, uma vez que a existência de um planeta a essa distância evidenciaria a formação dos planetas muito mais cedo na história do Sistema Solar do que se acredita hoje.

Créditos: Universidade do Havaí

Fonte: Inovação Tecnológica