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Fenômenos astronômicos envolvendo Terra, Marte, Sol e Lua surgem no céu

17/04/2013


Olhar para o céu e ver estrelas, planetas, constelações e imaginar se estamos ou não realmente sós no universo sempre fascinou e inspirou filósofos, poetas, artistas, astrônomos, astrólogos e sonhadores. De abril de 2014 até setembro de 2015, haverão mais motivos ainda para observarmos o céu com atenção: uma série de raros fenômenos astronômicos poderá ser observada. No dia 8 de abril a Terra ficou alinhada entre Marte e Sol, no evento conhecido como “oposição de Marte”, o que só acontece uma vez a cada 778 dias.

O acontecimento ganha ainda mais importância do ponto de vista cósmico por anteceder uma rara sequência de quatro eclipses lunares – as “luas de sangue” –, conhecida como tétrade e seguida por seis luas cheias. O evento é tão raro que, segundo fontes da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), em mais de 500 anos as “luas de sangue” só foram vistas três vezes: em 1493, 1949 e 1967. E, certamente, não se repetirão tão cedo. 

Esse ciclo lunar teve início no dia 15 de abril recente e foi visível em todo território brasileiro. Os próximos eclipses da lua acontecerão nos dias 8 de outubro deste ano, e a 4 de abril e 28 de setembro de 2015. Físico, doutor em Astronomia e presidente da comissão organizadora da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) – evento nacional em que escolas públicas de todo o país inscrevem alunos de ensino fundamental e médio para provas de avaliação de conhecimentos na área, realizado com apoio da FAPERJ –, João Batista Garcia Canallle explica que, infelizmente, dos próximos três eclipses lunares, apenas o que acontecerá no dia 28 de setembro será plenamente visível no Brasil. “Sugerimos a escolas de todo o Brasil que desenvolvam atividades de observação do céu durante esses fenômenos. Seguramente serão tema de alguma das questões nas provas da OBA”, acrescenta Canalle.

Segundo o físico, os quatro eclipses lunares recebem o nome de luas sangrentas porque, durante o fenômeno, apesar de a Terra ficar posicionada em frente à Lua, criando um cone de sombra no espaço, tem sua atmosfera iluminada pelo Sol. Embora nossa atmosfera filtre parte da luz azul e violeta solar que chega ao satélite, deixa também passar o lado vermelho do espectro de cores da luz. Com isso, a Lua assume uma coloração avermelhada. “O que ocorre é o fenômeno de refração: a luz passa pela atmosfera terrestre e provoca um espalhamento das cores do espectro solar. Como a luz vermelha é a que menos se espalha na atmosfera, ao chegar à Lua faz com que ela adquira um tom avermelhado", descreve. Ele explica que, da mesma forma, o espectro de cores da luz solar ao incidir diretamente sobre a Terra, faz o céu parecer azul durante o dia. “Isso ocorre porque a cor azulada é a que mais se espalha na atmosfera terrestre. Assim, o azul acaba prevalecendo em nossa capacidade de perceber as cores no céu”, complementa.

Pesquisador do Observatório Nacional, físico e membro da comissão organizadora da OBA, onde trabalha em parceria com Canalle, Jair Barroso Júnior complementa as informações sobre as chamadas “luas sangrentas”. “Quando o espectro de luz solar passa, essa luz é espalhada pela a poeira atmosférica gerada tanto pela atividade vulcânica quanto pela poluição de gases lançados na Terra. Assim, um eclipse com cor mais avermelhada significa uma maior quantidade de cinza vulcânica ou gases lançados na atmosfera da Terra”, afirma.

Já a oposição de Marte – quando há o alinhamento de Sol, Terra e Marte – faz com que o planeta vermelho se destaque pelo brilho fora do habitual. Sua coloração é resultado do reflexo da luz solar sobre seu solo. Tudo isso se torna uma excelente oportunidade para visualizar o planeta de modo bastante favorável. “Normalmente, Marte é visível da Terra durante todo o ano, mas as chamadas oposições ocorrem mais ou menos a cada dois anos. No começo de abril, quando ocorreu o fenômeno, Marte estava numa combinação de posições orbitais com a Terra e com o Sol, que o trouxe a aproximadamente 93 milhões de quilômetros da Terra. Com isso, o brilho de Marte o leva a rivalizar com o da estrela Sirius, a mais brilhante que podemos ver no cèu à noite. Logo, porém, o planeta vermelho começa a se afastar, embora ainda brilhe bastante para ser avistado durante a noite. Ao longo de um ano, pouco a pouco ele vai se distanciando até ficar a quase 400 milhões de quilômetros, o que o torna, praticamente um ponto longínquo, de difícil visualização”, complementam os pesquisadores. Com certeza, a experiência de olhar o céu noturno pode ser bastante enriquecedora. E esses eventos raros oferecem uma excelente oportunidade para que professores ensinem ciência de uma forma ainda mais atrativa e interessante.

Fonte: http://www.planetauniversitario.com

Psicologia dos contatos imediatos

Pesquisa feita com voluntários que alegam ter visto óvnis ou alienígenas aponta que esse tipo de relato não está associado a transtornos mentais. Análise da personalidade dessas pessoas índica que elas são mais abertas a novas sensações e têm maior curiosidade intelectual.

Por: Mariana Rocha em 22/05/2012

Os relatos de contato com seres extraterrestres são comumente classificados como alucinações. Mas, segundo pesquisa feita na USP, eles não estão associados a transtornos mentais.(imagem: Christian Fausto Bernal/Flickr - CC BY-SA 2.0)

Naves arredondadas ou cilíndricas, luzes que atravessam o céu, contato com seres humanoides. O que parece um típico cenário de ficção científica compõe os relatos dos participantes de uma pesquisa que procura identificar a relação entre transtornos mentais e experiências com extraterrestres.

O estudo, realizado durante o mestrado do psicólogo Leonardo Martins no Instituto da Universidade de São Paulo, avaliou 46 pessoas que dizem ter tido contato com óvnis ou alienígenas e mostrou que elas não exibem indicadores de doenças psiquiátricas.

Para que o psicólogo chegasse a essa conclusão, os participantes responderam um extenso questionário capaz de identificar características de distúrbios como esquizofrenia, ansiedade e transtorno bipolar. As mesmas perguntas foram aplicadas a 46 pessoas que afirmam nunca ter tido experiências com seres extraterrestres.

Além de mostrar que os relatos dos voluntários não são fruto de alucinações causadas por transtornos mentais, o estudo revela que tais pessoas podem se tornar psicologicamente mais saudáveis após supostas experiências de abdução ou contato com óvnis.

Segundo Martins, esse tipo de experiência pode levar o protagonista a atribuir um sentido maior à própria existência e a alimentar crenças que o ajudam a enfrentar as dificuldades cotidianas, o que pode torná-lo menos suscetível a transtornos psiquiátricos. Mas o pesquisador ressalta:"Ainda assim, o evento também pode ser traumático. A reação de cada um depende de uma série de variáveis".

Em busca do novo

Outro questionário aplicado pelo psicólogo avaliou características da personalidade de todos os participantes do estudo, como a busca por sensações, a tendência a pensamentos fantasiosos e a abertura a novas experiências.

Os resultados mostram que aqueles que relatam terem tido contato com extraterrestres são mais abertos a novas sensações, mas não têm tendência a pensar de maneira fantasiosa. Tais pessoas também têm maior curiosidade intelectual, além de gosto por desafios mentais e temas filosóficos.
Desenho feito por um dos participantes da pesquisa para descrever seus relatos de contato com seres extraterrestres. Segundo o voluntário, o alienígena tinha a pele grossa e vermelha e apenas um olho no meio da testa.

Associar relatos de contatos com alienígenas à ocorrência de transtornos mentais é bastante comum na sociedade. Durante a pesquisa, um voluntário falou sobre a reação negativa das pessoas quando ouviam sobre sua experiência:"A primeira coisa que você sente quando o mundo inteiro bate de frente com você é que você é louco. Diante das experiências que vivenciei, se tivessem me perguntado se eu queria, eu não teria querido, porque eu queria ser uma pessoa comum, normal".

Martins revela que a maioria dos participantes, apesar de ter sua sanidade questionada, não buscou ajuda de profissionais da saúde. "Eles não tiveram motivos para procurar ajuda, pois levam uma vida normal."

O psicólogo ressalta que a pesquisa não busca comprovar a existência de vida fora da terra, mas entender a organização psicológica de pessoas que alegam contatos com supostos seres de outros planetas. "Mesmo que visitas de alienígenas sejam, a princípio, possíveis, ainda é preciso considerar a possibilidade de que as experiências possuam explicações terrenas."

Fonte: cienciahoje.uol.com.br